De que adianta o uso da tinta sem a cor da transformação? De que vale a palavra sem poesia, sem energia, desprovida de vontade política? A poesia e a política , a arte e a revolução, possuem uma profunda conexão histórica.
Não existe consciência de classe fora da imagem. Não existe luta política fora da percepção estética. Em períodos de conservadorismo político, o mascaramento ideológico parece prevalecer. Porém, a arte que se faz como espelho ou martelo, tende a abalar a ideologia dominante. No Brasil de hoje, é necessário que artistas e intelectuais assumam suas posições no front da cultura.
terça-feira, 26 de setembro de 2017
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 78
A OUSADIA DA CRIAÇÃO COLOCA O ARTISTA NA CONDIÇÃO DE MILITANTE. A ARTE HOJE É INTERVENÇÃO QUE VISA CONFRONTAR, NO PLANO DA PERCEPÇÃO, A IDEOLOGIA DA CLASSE DOMINANTE.
ENQUANTO ESTRATEGISTA DA CULTURA, O ARTISTA NÃO PODE SE INTIMIDAR DIANTE DAS FORÇAS CONSERVADORAS DO PAÍS. O ARTISTA DEVE SINCERAMENTE APROXIMAR-SE DOS TRABALHADORES PARA REPRESENTAR SEUS PROBLEMAS E AFLIÇÕES.
O CAPITALISMO TRAZ A FALSA CONSCIÊNCIA. A ARTE DEVE DESPERTAR UMA NOVA CONSCIÊNCIA.
ENQUANTO ESTRATEGISTA DA CULTURA, O ARTISTA NÃO PODE SE INTIMIDAR DIANTE DAS FORÇAS CONSERVADORAS DO PAÍS. O ARTISTA DEVE SINCERAMENTE APROXIMAR-SE DOS TRABALHADORES PARA REPRESENTAR SEUS PROBLEMAS E AFLIÇÕES.
O CAPITALISMO TRAZ A FALSA CONSCIÊNCIA. A ARTE DEVE DESPERTAR UMA NOVA CONSCIÊNCIA.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 77
Se a Direita ganha força e procura conter " as locomotivas da história ", a Esquerda precisa reorganizar suas ações. Uma enxurrada de chavões maniqueístas resume os esforços dos setores reacionários: tenta-se intimidar a crítica marxista com caricaturas, com pretensos funerais filosóficos. Num quadro histórico em que tomar partido diante de problemas graves( tais como a crescente miséria no Brasil e no mundo) tornou-se crime, acreditamos que os militantes da cultura devem insistir na crítica quanto aos fundamentos econômicos da realidade; e arte é um contexto privilegiado na crítica/combate ao sistema capitalista.
Captando as contradições, revelando o que as fantasmagorias da ideologia dominante ocultam, as obras de arte empenhadas na denúncia social, propiciam distanciamento frente a um mundo movido pela competição, pelo lucro obtido às custas dos trabalhadores. Tais afirmações, feitas inúmeras outras vezes neste blog(ser repetitivo aqui é uma necessidade na guerra ideológica), apoiam-se no seguinte fato: se o capitalismo é a falsa consciência, a arte que participa das lutas pela libertação do homem, transforma a sua consciência.
Captando as contradições, revelando o que as fantasmagorias da ideologia dominante ocultam, as obras de arte empenhadas na denúncia social, propiciam distanciamento frente a um mundo movido pela competição, pelo lucro obtido às custas dos trabalhadores. Tais afirmações, feitas inúmeras outras vezes neste blog(ser repetitivo aqui é uma necessidade na guerra ideológica), apoiam-se no seguinte fato: se o capitalismo é a falsa consciência, a arte que participa das lutas pela libertação do homem, transforma a sua consciência.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 76
Apresentamos Caminho e suor, de Lenito.
" Um trabalhador seguia a pé pela estrada de ferro. Com 82 anos de idade, ele impulsionava a cada passo lembranças que pesam como o sol do meio dia. Aquela estrada interiorana, dos cafundós do Estado de São Paulo, não era a mesma: quando o trilho treme anunciando um trem que já vem, o velho trabalhador sai da estrada, vai para dentro da mata e espera para ver apenas trens cargueiros. O homem olha para a fábrica de farinha abandonada. Fita com um riso invisível dois garotos empinando uma pipa num barranco sujo, no qual a poeira da estiagem voa preguiçosamente na paisagem seca .
As lembranças do trabalhador estão documentadas nas suas velhas mãos: são mãos de quem trabalhou a vida inteira, nos mais diversos expedientes. A mão é o registro de quem produziu muito e não ganhou nada. Aliás, suas mãos contrastam com o estômago vazio: mãos que produziram, um estômago que ao longo da vida recebeu pouca comida.
Cansado da caminhada, ele senta embaixo de um pé de jabuticaba. Ele queria era que alguém explicasse a ele por que a vida teve que ser assim. "
Lenito
" Um trabalhador seguia a pé pela estrada de ferro. Com 82 anos de idade, ele impulsionava a cada passo lembranças que pesam como o sol do meio dia. Aquela estrada interiorana, dos cafundós do Estado de São Paulo, não era a mesma: quando o trilho treme anunciando um trem que já vem, o velho trabalhador sai da estrada, vai para dentro da mata e espera para ver apenas trens cargueiros. O homem olha para a fábrica de farinha abandonada. Fita com um riso invisível dois garotos empinando uma pipa num barranco sujo, no qual a poeira da estiagem voa preguiçosamente na paisagem seca .
As lembranças do trabalhador estão documentadas nas suas velhas mãos: são mãos de quem trabalhou a vida inteira, nos mais diversos expedientes. A mão é o registro de quem produziu muito e não ganhou nada. Aliás, suas mãos contrastam com o estômago vazio: mãos que produziram, um estômago que ao longo da vida recebeu pouca comida.
Cansado da caminhada, ele senta embaixo de um pé de jabuticaba. Ele queria era que alguém explicasse a ele por que a vida teve que ser assim. "
Lenito
Assinar:
Postagens (Atom)