domingo, 26 de novembro de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 88

Apresentamos A Poesia e o Horror, de Lenito.

 " Os miolos coloridos dos tijolos abertos indecentemente sobre a construção, sugeriam muitas manhãs de horror

  Prédios no chão

 Gritos elétricos de gente torturada nos porões

 Perseguição, chute na costela, olhos queimados e olhares furados como tristes bexigas

 Trabalhadores açoitados na cara, no bolso, nas palavras sussurradas e intimidadas pelo mal hálito do imperialismo norte americano

Gente esmagada pelo apetite sem fim de uma burguesia devoradora de consciências

No Brasil, nos EUA e na Europa não se aprendeu nada sobre o século XX. Exploração, alienação , extermínio e pestes vindas do pelo de ratos capitalistas com potencial nucelar. 

Com os punhos trancados e os mais belos horizontes na cuca, seguimos "


                                                                                          Lenito


domingo, 19 de novembro de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 87

Certa feita Oswald de Andrade disse que o gênio é uma grande besteira. Ele estava certo: " VIVA A RAPAZIADA! ". Para que possamos mobilizar as energias da arte na luta contra a civilização capitalista, devemos desmistificar cânones da cultura dominante. Uma compreensão materialista da arte exige que a atividade estética seja entendida enquanto produção.

O ARTISTA MILITANTE É PRODUTOR

Abaixo o criador romântico !
Abaixo as cifras que escravizam a atividade artística!
Abaixo os especialistas que intimidam os artistas trabalhadores!

As atuais condições de produção artística permitem que palavras, imagens e sons sejam combinados, recombinados, articulados, sentidos sem qualquer tipo de hierarquia. Não é preciso pedir permissão a ninguém para produzir arte. A assertiva de conceber o artista enquanto produtor(visão esta que insere-se na tradição de autores como Bertolt Brecht e Walter Benjamin) está em disputa com os tentáculos da ideológicos da indústria cultural e do fundamentalismo religioso.
 
A crítica marxista deve armar ideologicamente os trabalhadores que produzem arte.

domingo, 12 de novembro de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 86

Apresentamos Tempestade subjetiva, de Geraldo Vermelhão.

" A Operária 1 tinha um belíssimo jardim na sua mente. Ela desejava muito que o Operário 2, por quem estava apaixonada, pudesse junto com ela colher rosas com cheiro de sonho e sentir o brilho do sol que acariciava a pele. Este mesmo sol, o Operário 3 tentava a todo custo manter firme na sua cabeça raspada. Mas não era fácil: os 3 trabalhadores não conseguiam impedir com que suas belezas internas fossem afetadas por pontudos cacos de vidro e máquinas mal humoradas, que machucavam as mãos e processavam informações frias. A meta dos números, a fria quantidade do lucro do patrão sobre a qualidade da poesia, levantava uma ameaça real sobre o paraíso interno dos 3 operários.
  No ponto de ônibus, após o expediente, lá estavam os 3 lanchando em pé e olhando para o nada. A Operária 1 tomava um café frio , o Operário 2 comia uma banana nanica e o Operário 3 saboreava um sanduíche recheado unicamente pela sua imaginação.Uma multidão de viciados rodeava a todos no ponto, implorando por moedas. No velho telhado de uma casa abandonada, um gato magro não tinha ânimo para tentar pegar uma pomba gorda. Foi quando os 3 trabalhadores começaram a ficar inquietos com a formação de uma tempestade: nuvens velozes mostravam os dentes enquanto relâmpagos fechavam os punhos pelo céu. Quando eles embarcaram, o céu do lado de fora de suas mentes continuava limpo, calmo e sem nuvens. A tempestade estava dentro deles ".  


                                                                                        Geraldo Vermelhão

domingo, 5 de novembro de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 85

Sabemos que no capitalismo a mão, a voz e todo suor não envolvem CRIAÇÃO. Acumular, lucrar,  são as únicas palavras que justificam a produção artística na civilização burguesa. Podem até inventar mil desculpas em torno das noções de elevação cultural ou refinamento do gosto artístico, mas a grosso modo obras de arte são comprimidas no mesmo quadrado em que os trabalhadores vivem sem exercitar suas potencialidades criativas. Se a arte é TRANSFORMAÇÃO da realidade dada,  trabalhadores e artistas devem ser definidos nos seguintes termos:

O ARTISTA É TRABALHADOR E TODO TRABALHADOR PODE SER ARTISTA. 

Esta possibilidade histórica está intimamente ligada à necessidade de abolição do trabalho alienado. As condições subjetivas para que os trabalhadores se reconheçam como classe, passam necessariamente pela atividade estética; e insistimos mais uma vez que não se trata de mera propaganda política mas de fazer com que o trabalhador recobre suas potencialidades criativas. A tomada de consciência sobre os problemas da realidade, é um processo que também passa pela sensibilidade.
A arte livre desafia o capital.