terça-feira, 25 de setembro de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 123

Escrever não é apenas registrar ou descrever o movimento das coisas. Escrever é ação sobre a consciência dos homens que fazem história e, muitas vezes, se esquecem disso.

LER E ESCREVER: interpretar e agir

A LITERATURA NÃO É O TEMPLO DOS LITERATOS

CONTADORES DE HISTÓRIAS NÃO PODEM IGNORAR O MOVIMENTO DA HISTÓRIA

POETAS POSSUEM ASAS MAS TAMBÉM POSSUEM OS DOIS PÉS NO CHÃO E OS OLHOS SOBRE A REALIDADE SOCIAL 

ESCRITORES DE ESQUERDA NÃO SÃO FUNCIONÁRIOS QUE CUMPREM ORDENS POLÍTICAS. SÃO ARTISTAS LIVRES QUE TRABALHAM PELA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DA CLASSE TRABALHADORA







terça-feira, 18 de setembro de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 122

Neste convulsivo ano de 2018, acreditamos que o ciclo mensal de filmes CINE 68 , mais uma parceria entre o nosso blog e o Museu da Imagem e do Som da cidade de Campinas, tem cumprido um importante papel político e cultural ao resgatar, analisar, reler e cultivar as imagens libertárias do ano de 1968. Cabe salientar que neste ciclo de filmes procuramos listar obras que embora não tenham sido propriamente lançadas em 1968, pertencem ao mesmo caldo cinematográfico/político do período. Este foi o caso do longa A Chinesa(1967), de Jean Luc Godard, que exibimos no semestre passado. Este será o caso de Terra em Transe(1967), de Glauber Rocha, que exibiremos no próximo dia 13 de outubro. Todavia o filme de Glauber parece exercer uma presença ainda mais perturbadora em 2018.
  Terra em Transe , transformado por muitos jovens de 1968 em bandeira da luta política revolucionária, é uma obra cujas lições alegóricas e violência poética foram fundamentais para a formulação da estética do movimento tropicalista. Esses fatos são conhecidíssimos por historiadores, críticos e estudiosos do cinema brasileiro. Mas se este filme de 1967 exerceu um impacto estético devastador em 1968, em 2018 ele torna-se uma obra não menos controversa: perante a polarização ideológica no Brasil dos nossos dias, em que ocorre a hostilidade e criminalização das ideias políticas de esquerda, o longa de Glauber adquire peso. No enredo do filme, o imaginário país Eldorado metaforiza o Brasil e a América latina como um todo. Os erros políticos da esquerda brasileira, as contradições entre o intelectual de classe média e o povo, as tensões entre a poesia e a política, as convulsões políticas que levaram à queda do presidente Jango e ao Golpe de 64, evento fatídico que marca o triste período da ditadura militar no Brasil(1964-85),  são carnavalizados no filme dentro de um delírio barroco.
 O transe que a esquerda dos anos 60 experimentou com o avanço da extrema direita, é uma realidade  relativamente familiar para o militante de esquerda dos nossos dias: embora existam as obvias diferenças de contexto histórico(afinal, sabemos que a história não se repete), sentimos na pele hoje toda uma onda conservadora que visa abafar o pensamento crítico. Aliás é a própria memória das formas de arte revolucionária que encontra-se ameaçada. É preciso coragem para exibir este explosivo filme de Glauber Rocha.  

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 121

MÃOS
Cansadas, esfoladas, instrumentos gastos


OLHOS
Pequenos, irritados pelo sono, perdidos pela manhã


CABEÇAS
Confusas, sempre realizando gestos de " sim " e " não " mas quase sem se perguntar " por quê "



Para ser dono do seu corpo, para realizar sua vontade, para ser autor de sua vida, o proletário não pode aceitar um mundo em que ele é expropriado, sugado, explorado... 

OS TRABALHADORES DEVEM SE SERVIR DA LITERATURA PARA COMPREENDER O SEU COTIDIANO. 


A HISTÓRIA nos ensina que o homem não " É ". O homem " ESTÁ ". Isto quer dizer que as sociedades humanas estão em permanente transformação. LER e ESCREVER são para o proletariado tão importantes quanto respirar. 


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 120

NÃO PODEMOS PERMITIR QUE A CULTURA SEJA TRAGADA PELAS CHAMAS.

Estamos profundamente abalados com o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Os prejuízos culturais são incalculáveis. Tanto quem pensa a política quanto a arte vive com tradições culturais: são precisamente tais tradições que encontram-se ameaçadas pelo descaso com os museus do Brasil. 

OS TRABALHADORES REVOLUCIONÁRIOS DA CULTURA DEVEM ATUAR NOS MUSEUS, A FIM DE CONTRIBUIR COM A PRESERVAÇÃO DOS ACERVOS E COM A DIFUSÃO DOS DOCUMENTOS DE CULTURA.

PRESERVAR E ORGANIZAR A CULTURA DO PASSADO: este é um dever de todo revolucionário.