Tratando-se dos problemas cinematográficos o diagnóstico permanece o mesmo:
NÃO EXISTE SAÍDA PARA O CINEMA BRASILEIRO FORA DO CINEMA POLÍTICO
Este não é um parecer dogmático ou como diriam alguns uma conclusão sectária. O fato é que o grosso da produção cinematográfica brasileira e mundial, distanciou-se consideravelmente das questões postas pelo processo histórico. Num mundo regado pela linguagem do vídeo game e pelo esquematismo estético de boa parte da indústria cultural, o cinema não pode se contentar em ser uma diversão a mais: o cinema, especialmente na era digital(quando a produção e circulação do audiovisual adquirem uma proporção incrível) , permanece como poderoso instrumento para interpretar e agir sobre os destinos políticos da humanidade.
O cinema brasileiro poderá superar a inércia dos pequenos dramas individuais(encontramos muitos enredos que não mostram/acrescentam nada sobre os dramas concretos do espectador de origem proletária) e a redundância formal da linguagem comercial, se retomar o esforço revolucionário para solucionar os problemas da forma e do conteúdo:
1- Pesquisar as possibilidades do choque estético a partir da montagem.
2- Articular os efeitos estéticos da montagem com argumentos que tratem da História do Brasil(filmes capazes de narrar a luta de classes na construção da realidade brasileira desde o período colonial até os nossos dias).
Não se trata de reduzir todas as necessidades de expressão cinematográfica no campo dos problemas da coletividade. Dramas individuais e comédias sem grandes preocupações sociais, não são nunca censuráveis(não queremos que todos os filmes brasileiros possuam necessariamente intenções políticas). Entretanto, pesquisar os dramas históricos a partir da linguagem cinematográfica significa dar aos espectadores imagens em que ele se reconheçam como parte de uma construção social, de um processo histórico: carecemos hoje de filmes que captem os dramas coletivos do nosso povo. Filmes que possam colocar personagens populares como sujeitos históricos.
A alfabetização política no Brasil passa necessariamente pelo cinema. Eis um desafio a ser considerado por todos os militantes de esquerda.
domingo, 25 de fevereiro de 2018
domingo, 18 de fevereiro de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 96
A alegoria permanece como importante estratégia na luta dos artistas de esquerda. Este procedimento que remete aos gregos antigos, é útil porque a montagem entre imagens possui uma força comunicativa em que barreiras históricas se desmancham. Um exemplo genial disso foi dado pela escola de samba Paraíso do Tuiuti: no desfile ocorrido no dia 12 de fevereiro, imagens que representam escravos dos períodos colonial e imperial da história do Brasil, e imagens que representam trabalhadores brasileiros de hoje, são colocadas juntas no " tempo do agora "(Benjamin). A poderosa crítica que emana desta proposta coloca em questão os oprimidos de nossa história. O recado foi dado no desfile e atingiu em cheio o coração das massas.
A ARTE POLÍTICA E A ALEGORIA CAMINHAM JUNTAS EM MUITAS OCASIÕES.
A MONTAGEM entre diferentes imagens figura ideias em que a história torna-se um material móvel, cheio de possibilidades estéticas e políticas. A ALEGORIA articula as partes visando combinações e recombinações de significados. Quer dizer, elementos históricos são retirados de seus contextos e montados à luz de uma intenção do artista alegorista. Para um artista combativo isto é um prato cheio!
CINEMA, TEATRO, LITERATURA, PINTURA E MÚSICA POPULAR SÃO TERRITÓRIOS ESTÉTICOS EM QUE A ALEGORIA DEVE GANHAR VOLUME POLÍTICO.
A ARTE POLÍTICA E A ALEGORIA CAMINHAM JUNTAS EM MUITAS OCASIÕES.
A MONTAGEM entre diferentes imagens figura ideias em que a história torna-se um material móvel, cheio de possibilidades estéticas e políticas. A ALEGORIA articula as partes visando combinações e recombinações de significados. Quer dizer, elementos históricos são retirados de seus contextos e montados à luz de uma intenção do artista alegorista. Para um artista combativo isto é um prato cheio!
CINEMA, TEATRO, LITERATURA, PINTURA E MÚSICA POPULAR SÃO TERRITÓRIOS ESTÉTICOS EM QUE A ALEGORIA DEVE GANHAR VOLUME POLÍTICO.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 95
Neste carnaval
a farra é luta, a luta é alegre e a luta é dança
As alegorias trazem as notícias de todo o povo.
Os tamborins desafiam a lei da gravidade
Todos estão vivos somente quando o dinheiro não assume o lugar de ninguém
Quem está sambando pra valer, não pode admitir que o dinheiro nos deixe trancado em algum lugar da realidade.
PORQUE O DINHEIRO NÃO PODE DANÇAR, AMAR, COMER E BEBER NO NOSSO LUGAR
Talvez o verdadeiro carnaval ainda esteja para acontecer. Mas enquanto o verdadeiro carnaval não chega, vamos prepara-lo neste feriado
Sim, sabemos que o carnaval é uma festa em que o burguês fica com o pé atrás.
Quem é de direita não sabe sambar! Quem é de direita está praguejando ou encontra-se embaixo da mesa somando seus bens
O Carnaval dispensa todas as aparências
PORQUE A MÁSCARA DE CARNAVAL DERRUBA TODAS AS OUTRAS MÁSCARAS
COM A POESIA SOLTA NAS RUAS, OS TRABALHADORES PODEM ENSAIAR COM TODAS AS CORES, A VERDADEIRA VIDA QUE ESTÁ POR VIR.
a farra é luta, a luta é alegre e a luta é dança
As alegorias trazem as notícias de todo o povo.
Os tamborins desafiam a lei da gravidade
Todos estão vivos somente quando o dinheiro não assume o lugar de ninguém
Quem está sambando pra valer, não pode admitir que o dinheiro nos deixe trancado em algum lugar da realidade.
PORQUE O DINHEIRO NÃO PODE DANÇAR, AMAR, COMER E BEBER NO NOSSO LUGAR
Talvez o verdadeiro carnaval ainda esteja para acontecer. Mas enquanto o verdadeiro carnaval não chega, vamos prepara-lo neste feriado
Sim, sabemos que o carnaval é uma festa em que o burguês fica com o pé atrás.
Quem é de direita não sabe sambar! Quem é de direita está praguejando ou encontra-se embaixo da mesa somando seus bens
O Carnaval dispensa todas as aparências
PORQUE A MÁSCARA DE CARNAVAL DERRUBA TODAS AS OUTRAS MÁSCARAS
COM A POESIA SOLTA NAS RUAS, OS TRABALHADORES PODEM ENSAIAR COM TODAS AS CORES, A VERDADEIRA VIDA QUE ESTÁ POR VIR.
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 94
Apresentamos o ciclo de filmes CINE 68
Os leitores do nosso blog sabem que o cineclubismo é uma dimensão fundamental da nossa militância. Há anos realizamos em parceria com o Museu da Imagem e do Som da cidade de Campinas, ciclos de filmes que evidenciam o caráter político do cinema. Acreditamos assim que o debate acerca do chamado cinema político, não se separa da construção de uma sala pública que exibe filmes. Cabe lembrar que o cineclubismo pressupõe não apenas assistir mas sim analisar e debater cinematografias necessárias para a nossa formação crítica. Deste modo trabalhadores e estudantes, geralmente entregues ao vírus da cinefilia, podem livremente e sem qualquer tipo de hierarquia intelectual, compartilhar suas opiniões sobre o cinema.
Neste ano, de olho nos 50 anos das reviravoltas políticas/culturais de 1968, iremos exibir filmes realizados no calor daquele curto período em que a imaginação tomou o poder. São filmes cujas propostas estéticas emergem do clima de rebelião frente à civilização capitalista. Através da obra de cineastas como Jean Luc Godard, iremos refletir sobre um explosivo contexto em que marxismo, contracultura e cultura pop são evocados nas inúmeras manifestações estudantis e operárias ocorridas em países como França, Inglaterra, EUA e Brasil. O cinema esteve na linha de frente deste cenário marcado pela subversão.
O ciclo de filmes CINE 68 inicia-se em março. Aguardem mais informações!
Os leitores do nosso blog sabem que o cineclubismo é uma dimensão fundamental da nossa militância. Há anos realizamos em parceria com o Museu da Imagem e do Som da cidade de Campinas, ciclos de filmes que evidenciam o caráter político do cinema. Acreditamos assim que o debate acerca do chamado cinema político, não se separa da construção de uma sala pública que exibe filmes. Cabe lembrar que o cineclubismo pressupõe não apenas assistir mas sim analisar e debater cinematografias necessárias para a nossa formação crítica. Deste modo trabalhadores e estudantes, geralmente entregues ao vírus da cinefilia, podem livremente e sem qualquer tipo de hierarquia intelectual, compartilhar suas opiniões sobre o cinema.
Neste ano, de olho nos 50 anos das reviravoltas políticas/culturais de 1968, iremos exibir filmes realizados no calor daquele curto período em que a imaginação tomou o poder. São filmes cujas propostas estéticas emergem do clima de rebelião frente à civilização capitalista. Através da obra de cineastas como Jean Luc Godard, iremos refletir sobre um explosivo contexto em que marxismo, contracultura e cultura pop são evocados nas inúmeras manifestações estudantis e operárias ocorridas em países como França, Inglaterra, EUA e Brasil. O cinema esteve na linha de frente deste cenário marcado pela subversão.
O ciclo de filmes CINE 68 inicia-se em março. Aguardem mais informações!
Assinar:
Postagens (Atom)