É a habilidade de se comprometer com a escrita. De escrever da mesma forma que você é! De qualquer forma! Existem muitos autores com ídeias preconcebidas sobre como deve ser a literatura, e essas idéias parecem excluir aquilo que os deixa mais charmosos em conversas íntimas.
Mostrar de vez enquando sua bichice, ou cafonice, ou sua neurastenia, ou solidão, ou sua patetice ou até sua masculinidade. Esses autores acham que escreverão algo que soa parecido com o que escreveram antes, ao invés de soar parecido com eles, ou que tenham da vida deles. Em outras palavras não há distinção. Não deveria haver distinção entre o que escrevemos e o que realmente conhecemos, pra começar. Da forma que conhecemos, no dia à dia com os outros. A hipocrisia da literatura tem sido essa: Supostamente existe uma literatura formal, que supostamente é diferente em assunto, em dicção, e mesmo em organização, de nossas inspiradas vidas cotidianas.
Allen Ginsberg, 1966
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