A opressão contra a classe trabalhadora hoje é um fato que assume
diferentes formas. Nas ruas de várias cidades brasileiras,
trabalhadores, estudantes, intelectuais e... ARTISTAS enfrentam os
abusos econômicos no transporte público. Enquanto o Estado
capitalista responde com a tradicional violência policial, verificamos
paralelamente o reforço ideológico dentro da cultura oficial:
determinados grupos religiosos e os grandes meios de comunicação de
massa insistem em anestesiar a consciência das massas, falando em
borboletas, pecado e distorcendo o sentido histórico da luta operária.
Porém, contrariando as determinações da ordem capitalista, movimentos
políticos revolucionários estão reagindo... Tratando-se especificamente
da condição do artista, julgamos que ele possui uma contribuição ímpar
neste processo.
É claro que nos referimos aqui aos companheiros que se ocupam da
arte para intervir criticamente sobre a realidade social, e não aos
ratos talentosos que caminham pelas ruas imaginárias feitas de tintas
e comércio(enquanto que na realidade as ruas tornaram-se palco para as
lutas sociais). Os verdadeiros artistas revolucionários estão nas ruas
enfrentando a opressão ao lado dos trabalhadores, fazendo da
imaginação uma arma e protestando nos espaços físicos e digitais. O
artista revolucionário cria possibilidades para o desejo reprimido ser
liberado. Ele cria imagens que pela sua lógica interna(incompatível
com os imperativos partidários mas sintonizada com o projeto
revolucionário), invalidam as falsas imagens do sistema. Diante do
quadro de lutas que se abre na realidade brasileira, o artista precisa
assumir a sua missão libertadora dentro da militância(o que
evidentemente não faz da arte uma subordinada da política, mas uma
aliada que pela sua natureza particular enfrenta a ordem burguesa).
Expressamos mais uma vez aqui o apoio aos artistas que lutam nos
diferentes espaços sociais por um país habitável, por uma cultura que
contemple os trabalhadores controlando a economia e a política. Não há
tempo para lacaios que reforçam a ideologia dominante. É chegada a
hora dos artistas esquecerem de vez o narcisismo pequeno-burguês
vinculado ao conceito de " gênio " e assumir o seu papel de
trabalhadores revolucionários da cultura.
CONSELHO EDITORIAL LANTERNA
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