A origem de classe dos artistas militantes ainda é o caroço do angu. Trata-se daquele velho problema: a arte que exprime o protesto, a crítica e a rebelião frente ao modo de produção capitalista, é criada pelo artista proletário ou pelo artista de origem pequeno burguesa que fala em nome dos interesses políticos do proletariado? Neste aparente dilema ideológico, ainda tem gente reacionária que extrapola o campo artístico, afirmando que todos os pensadores e líderes políticos de esquerda nasceram em berço de ouro. Pois bem, é hora de superarmos estes falsos juízos.
Tendo assimilado o legado literário, artístico, científico e filosófico através do Ensino, o sujeito de classe média faz inevitavelmente uma opção de classe; se este indivíduo opta pela classe operária e tem suas atividades voltadas para a criação artística, nada mais digno que ele coloque sua arte como arma anticapitalista. E o artista trabalhador? Sabemos que fazer arte e pertencer à classe trabalhadora não são requisitos que necessariamente resultam numa postura política de esquerda. Porém, os artistas trabalhadores que intuitivamente revelam em suas manifestações artísticas o confronto com a ideologia dominante, são aqueles que apresentam um inegável valor de antítese. O rap e a literatura periférica são exemplos primorosos de crítica e de inconformismo político dentro da classe operária.
O amadurecimento estético e ideológico das obras de arte, que podem contribuir com a denúncia da realidade estabelecida, depende dos debates entre artistas e teóricos militantes(ambos precisam ser necessariamente revolucionários). Informar-se, pesquisar e queimar a pestana no estudo, ajudam e muito: o conhecimento histórico-artístico precisa ser coletivizado entre aqueles que realmente desejam destruir a ideologia dominante. Por exemplo: os artistas brasileiros que na década de 60 partiam da estética da arte pop para criticar a ditadura militar(1964-1985), estão sendo hoje estudados em outros países. Para um militante da cultura é preciso que este legado artístico seja visto e estudado por jovens artistas trabalhadores: estes últimos são aqueles que precisam herdar a arte de combate.
Evidentemente que o objetivo político da militância cultural revolucionária é a ação que integra-se à realidade concreta dos trabalhadores. Logo, os espaços de atuação e difusão dos militantes da cultura passam necessariamente pelo contexto proletário.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
BOLETIM LANTERNA- Ano 06. Edição 01.
Estamos de volta com mais um ano de luta pela frente. Nossa publicação agora terá uma periodicidade semanal. Este novo formato permitirá uma elaboração mais substanciosa dos questionamentos e reflexões que realizamos no campo da teoria revolucionária da arte. Vale lembrar que aqui a reflexão estética efetiva-se a partir de um modelo de imprensa comprometido com os interesses históricos da classe trabalhadora .Ao longo dos últimos anos este periódico sustenta a seguinte tese: dentro das mais variadas correntes estéticas, é preciso refletir sobre as relações entre arte e socialismo.
Continuaremos ao longo deste ano insistindo na necessidade do debate estético dentro da esquerda brasileira. Nosso blog é independente, ou seja nunca foi uma publicação vinculada a nenhum partido político ou organização política em particular. É esta independência que permite o trânsito teórico entre diferentes concepções artísticas revolucionárias. Portanto, nosso objetivo sempre foi o de colaborar, dialogar com aquilo que os militantes da cultura já realizam; sendo que nós também somos militantes empenhados nesta luta que está longe de ser um mero detalhe; ao contrário, ela exige a pesquisa permanente, o esforço constante e a coragem política para se opor à cultura dominante.
Nossos textos e vídeos abrangem uma produção que possui um caráter de agitação e propaganda. Este perfil, no entanto, não pode ser confundido com a simplificação panfletária da arte. Defendemos, dentro da pluralidade, a necessidade das obras de arte serem encaradas enquanto totalidade estética; quer dizer, a arte não é atalho para a mera propaganda de ideias políticas. Analisando as relações entre forma e conteúdo, nosso blog almeja difundir a ideia de que se a arte não fará a revolução socialista, tal revolução não poderá ser feita sem a arte.
Continuaremos ao longo deste ano insistindo na necessidade do debate estético dentro da esquerda brasileira. Nosso blog é independente, ou seja nunca foi uma publicação vinculada a nenhum partido político ou organização política em particular. É esta independência que permite o trânsito teórico entre diferentes concepções artísticas revolucionárias. Portanto, nosso objetivo sempre foi o de colaborar, dialogar com aquilo que os militantes da cultura já realizam; sendo que nós também somos militantes empenhados nesta luta que está longe de ser um mero detalhe; ao contrário, ela exige a pesquisa permanente, o esforço constante e a coragem política para se opor à cultura dominante.
Nossos textos e vídeos abrangem uma produção que possui um caráter de agitação e propaganda. Este perfil, no entanto, não pode ser confundido com a simplificação panfletária da arte. Defendemos, dentro da pluralidade, a necessidade das obras de arte serem encaradas enquanto totalidade estética; quer dizer, a arte não é atalho para a mera propaganda de ideias políticas. Analisando as relações entre forma e conteúdo, nosso blog almeja difundir a ideia de que se a arte não fará a revolução socialista, tal revolução não poderá ser feita sem a arte.
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