segunda-feira, 14 de março de 2016

Boletim Lanterna. Ano 06. Edição 09

A crise econômica/política que marca profundamente o Brasil anda assanhando expressões culturais altamente reacionárias. Se no campo político da esquerda existe de um lado os governistas e do outro organizações que realizam a crítica e a oposição ao governo, o fato é que a classe trabalhadora precisa se manifestar inclusive em sua perspectiva cultural revolucionária. O que devemos nos perguntar é sobre a emergência de uma cultura contestadora que se desenvolve a partir das lutas operárias em suas reivindicações, em suas necessidades concretas.
  Mas será que o proletariado apresenta expressões culturais capazes de responder ao verde amarelismo da pequena burguesia? Os trabalhadores são sujeitos políticos e portanto  autores de suas próprias manifestações artísticas. A maneira como tais expressões podem exprimir os avanços da consciência política, depende de um amadurecimento estético e ideológico. O proletariado expressa, mesmo que em alguns casos de forma inconsciente, a sua revolta contra a ordem burguesa. Algumas composições musicais ligadas ao rap e ao funk, a chamada literatura periférica, o grafite e outras expressões artísticas apresentam gestos de protesto.
 A produção cultural dos trabalhadores, rica e heterogênea, traz muitas vezes problemas e questões que são partes do cotidiano dos bairros populares: miséria, racismo, crime e toda uma linguagem que se desenvolve organicamente neste contexto. Existem evidentemente obstáculos para que se desenvolva plenamente uma arte que expresse a consciência política na perspectiva do socialismo(retóricas politicamente conservadoras presentes em alguns discursos religiosos, seriam exemplos disso). É dever dos militantes de esquerda, independentemente da organização política em que estes se encontram, lutar por um programa combativo dentro da vida cultural dos trabalhadores.  

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