Apresentamos Os Trajes dos opressores , de Geraldo Vermelhão.
" Querem me surrar, me prender, me processar, quebrar minha cara, minha poesia, minhas ideias. Pois que venham!
Sim, que venham os espartanos com suas espadas de ferro.
Não farei sandálias para nenhum faraó cretino!
Que venham os persas com arcos e flechas. Que venha o exército romano me caçar nas florestas.
Estou pronto para lidar com os cavaleiros e suas cruzadas feitas de metal e sangue.
Os príncipes, grávidos com as monarquias absolutistas, podem ter sangue azul, mas sangram feito qualquer um.
Os colonizadores ibéricos não vão conseguir que eu trabalhe na lavoura. Não vou morrer sufocado nas minas para enriquece-los com ouro e prata.
Meu sangue não será mais evaporado na fábrica. Minha carne não será triturada pela máquina que está a serviço do capital
Não tenho medo da cavalaria americana. Nenhuma corneta pode com o volume dos meus versos.
Lutarei até o fim antes que me levem para os campos de concentração. Cada verso é um tiro contra a suástica.
Que venham golpistas e os novos empregadinhos da velha burguesia.
Não existe lama ou gás lacrimogêneo capazes de fazer com que minha poesia deixe de soltar faíscas, flores e as imagens sonhadas de uma outra história ".
Geraldo Vermelhão
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