domingo, 3 de dezembro de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 89

ARTE = IDEOLOGIA? 
Só poderemos chegar a uma resposta satisfatória longe das deformações filosóficas do marxismo vulgar. Não existe arte fora da ideologia, mas é preciso compreender a maneira específica em que o estético expressa o ideológico. 

A HISTÓRIA das sociedades humanas envolve:  INFRAESTRUTURA / BASE ECONÔMICA e SUPERESTRUTURA. Formas jurídicas e políticas legitimam o poder das classes dominantes, proprietárias dos meios de produção. É o ESTADO quem cumpre este papel. A superestrutura revela formas definidas de consciência social, que podemos chamar de IDEOLOGIA. Enquanto componente da superestrutura, A ARTE faz parte da produção ideológica da sociedade, ou seja, enquanto experiência estética ela participa da construção de uma percepção em que o poder e os valores das classes dominantes surgem como algo natural e eterno. Mas como sabemos, a arte também pode ser uma arma contra  a ideologia dominante, exprimindo as ideologias de classes dominadas.

A arte não é mero reflexo ideológico. É preciso compreender os fenômenos artísticos de acordo com mediações: as influências estéticas e a trajetória do artista, por exemplo, pesam sobre o significado das obras de arte.

A ARTE É FRUTO DE UMA NECESSIDADE INTERNA QUE POSSUI RELAÇÕES DIRETAS COM A PSICOLOGIA SOCIAL DE UMA ÉPOCA. A PRODUÇÃO ARTÍSTICA NÃO É DESCULPA PARA REFLETIR MERAS IDEOLOGIAS. PORÉM, A ARTE EXPRESSA AS IDEOLOGIAS DAS CLASSES SOCIAIS. CABE AO ARTISTA REALIZAR UMA OPÇÃO DE CLASSE. A ARTE EM SUA RELATIVA AUTONOMIA, NUNCA ESTÁ ACIMA DAS LUTAS SOCIAIS.     
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário