quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 116

Lá vai mais um trabalhador brasileiro cabisbaixo, com os dois olhos rolando pelo chão eletrônico, pelas paredes de mentira e pelas calçadas eternamente esburacadas.

GRITOS DISTANTES DE GENTE DESESPERADA  

 Ele nem sabe se está indo ou voltando do trabalho, a luz da madrugada e a luz do começo da noite se misturam mentalmente numa estranha imagem que tem a cor da morte. Ele sente apenas a carne e os ossos pesados, a boca amarga, as mãos sujas com os farelos de um dia que nunca será uma bolacha inteira.

O SOM DOS GRITOS ESTÁ MAIS PRÓXIMO

 Esse trabalhador não sabe em quem e muito menos no que acreditar. Ele fica com uma vara de pescar tentando pegar discursos políticos no ar. Outros trabalhadores, vizinhos e conhecidos dele, também tentam pescar discursos. Lhe ocorre por que os trabalhadores brasileiros simplesmente não lutam para acabar com a miséria. Passa pela sua cabeça ensopada de suor que o tempo está passando e tem pouca gente lutando.

OS GRITOS INVADEM AS RUAS: TRABALHADORES SÃO BALEADOS E AÇOITADOS POR ESTRANHOS CAVALEIROS QUE TRAJAM ARMADURAS DIGITAIS. UMA MULTIDÃO DESESPERADA CORRE PELAS SUAS VIDAS!

O trabalhador pensa: - É agora ou nunca. Ou lutamos ou seremos esmagados.

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