domingo, 20 de novembro de 2016

Boletim Lanterna. Ano 06. Edição 44

Apesar de toda onda direitista, militantes de esquerda andam resistindo inclusive no terreno da cultura. Enquanto a mídia capitalista e alguns acadêmicos empenham-se para tentar aniquilar o pensamento marxista, procurando inclusive desqualificar as reflexões artísticas de esquerda, existem homens e mulheres que não abrem mão da necessidade de pensar a cultura sob o ponto de vista revolucionário. Na cidade de Campinas, por exemplo, ocorreram no último sábado(dia 19 de novembro) dois eventos que colocaram na ordem do dia a questão da arte revolucionária.
 Por ocasião do lançamento do livro Modernidade e a Estética do Credo Vermelho: Sobre o conceito de arte revolucionária do Brasil(1930-1949), de Afonso Machado(o livro foi publicado pela editora ISKRA), ocorreu um importante debate sobre arte e revolução na Casa Rosa, um verdadeiro oásis cultural ligado ao MRT(Movimento Revolucionário de Trabalhadores). Após as falas de Thyago Villela e Afonso Machado, que dentre outras coisas discutiram a dimensão política presente nas transformações artísticas da modernidade, surgiram junto aos militantes revolucionários presentes no evento, questões fundamentais para o debate estético da esquerda hoje: as contradições da indústria cultural, o mercado de arte, a produção artística dos trabalhadores, as relações entre o regional e o universal, as heranças desastrosas do Realismo Socialista, o papel da estética na mídia anticapitalista, as contradições da modernidade, a literatura e a luta de classes, a simbologia da esquerda, etc.
 Também no último dia 19, terminou o ciclo de filmes Realismo Socialista, ocorrido ao longo deste semestre no Museu da Imagem e do Som de Campinas. A conclusão que tiramos deste ciclo mensal organizado pelo nosso blog, é que o jdanovismo representa um terrível  retrocesso estético para a produção artística de esquerda. Ao nos debruçarmos sobre alguns filmes representativos do jdanovismo no cinema soviético, fica claro que a arte foi alvo da burocracia stalinista que reprimiu a criatividade e sufocou o trabalho de muitos artistas revolucionários. Esperamos que nossa iniciativa estimule entre os jovens militantes, a pesquisa em torno dos problemas do Realismo Socialista, sendo necessário expressar um juízo crítico sobre a questão a partir do ponto de vista da esquerda.

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