Edmund Wilson, talvez o mais célebre crítico literário da história dos EUA, apresentou dúvidas sobre as relações/as correspondências entre a infraestrutura e a superestrutura. Ainda que discordando inteiramente das conclusões de Wilson(para quem a dialética é um mito), não podemos deixar de observar que ele apresenta uma pergunta central: (...) " Até que ponto e sob quais condições as ideias dos seres humanos atuam sobre suas bases econômicas? "(...). Nem o mais abestalhado dos teóricos de cartilha poderia arriscar uma rala resposta esquemática. É fato que esta pergunta vem sendo, desde o final do ano passado, o cerne de nossas preocupações estéticas. Interessados em compreender e difundir as qualidades políticas revolucionárias das obras de arte, insistimos em algo que enche de dúvidas, risinhos e de terror muitos intelectuais contemporâneos: para nós a história possui um sentido. Ainda que a direção para uma sociedade sem classes não esteja isenta de obstáculos, curvas, contornos e aparentes becos sem saída, nada abala a convicção de que as ideias/imagens podem a partir do seu condicionamento social acelerar as locomotivas da história.
Todos aqueles que como nós consideram o sistema teórico de Marx e Engels como válido, não podem sofrer de preguiça mental: investigar as influências políticas e culturais sobre a base material, é uma tarefa complexa. As investigações marxistas, seja no campo econômico ou estético(ou em qualquer outro) prescinde do estudo da história: é somente através dela, através da reconstituição da totalidade histórica, que obtemos o material ideológico necessário das experiências passadas. Aquelas pessoas que procuram encontrar um veículo voltado para o imediatismo artístico, para a moda da vez , certamente devem passar longe do nosso blog. Para nós não existem fatos antigos ou novidades, mas sim informações acerca do problema artístico(da representação e da função social revolucionária da arte em contextos históricos particulares) e logo análises que são uteis para a emancipação dos trabalhadores. Para nós a criação é luta que porque viver é lutar: luta pela vida, luta contra as imagens e discursos que impedem as mudanças, luta contra aqueles que geram a miséria e luta pela memória de todos os oprimidos que lutaram. No centenário da Revolução russa pretendemos recuperar/debater as imagens anticapitalistas.
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