Agir sobre a luta de classes requer percepção estética. Ao longo dos últimos seis meses publicamos semanalmente pequenos textos literários, breves reflexões estéticas, pequenas peças de agitação e propaganda, exibimos filmes na cidade de Campinas, defendemos a importância da " herança rebelde " nos 50 anos de 1968, debatemos, debatemos e debatemos. O primeiro semestre de 2018 termina num clima de conservadorismo político no Brasil e no mundo. A classe trabalhadora não pode mais aceitar tantos ataques diários.
Continuaremos lutando neste pequeno espaço, não por mera teimosia. Seguiremos na militância cultural porque acreditamos na história, porque acreditamos no homem. A libertação dos trabalhadores é historicamente possível. A arte contribui decisivamente para que o proletariado tome consciência disso.
Estaremos de volta no final do mês de julho.
domingo, 24 de junho de 2018
domingo, 17 de junho de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 113
Os trabalhadores precisam desconfiar de toda história que começa com " Era uma vez "... O perigo mora nos glamorosos relatos. Reportagens com ritmo de conto de fadas e filmes com cara de vídeo game, ocultam sempre os heróis que protegem com seus escudos a classe dominante.
As historias pra boi dormir estão sempre acompanhadas de celebridades, de indivíduos considerados extraordinários. Mas e o homem do povo, o operário que segue apagado na multidão? Como este operário muitas vezes sem rosto e sem língua, pode ser narrado? Por que alguém precisa salva-lo? Por que ele não assume o controle da narrativa e afirma-se como sujeito histórico?
Vagando pelas cidades abarrotadas de gente faminta, operários conhecem somente sonhos autoritários e sonhos sobrenaturais. Ele nem desconfia que é parte de uma classe que pode conferir uma nova direção para o mundo... Sim, uma direção política transformadora, na qual os trabalhadores não precisam de super-heróis...
As narrativas dominantes, condicionadas pelos interesses do capital(este é o grande personagem que está por trás de todas as histórias mentirosas), trazem sempre um grande líder, o chamado vencedor. Porém, acreditamos nos vencidos! O que nós propomos é a produção de textos e imagens em que os trabalhadores não decoram os cenários mas são o centro da ação. Estes produtos artísticos apresentam uma evidência que é preciso mostrar ao povo:
AS MASSAS SÃO AS PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA.
As historias pra boi dormir estão sempre acompanhadas de celebridades, de indivíduos considerados extraordinários. Mas e o homem do povo, o operário que segue apagado na multidão? Como este operário muitas vezes sem rosto e sem língua, pode ser narrado? Por que alguém precisa salva-lo? Por que ele não assume o controle da narrativa e afirma-se como sujeito histórico?
Vagando pelas cidades abarrotadas de gente faminta, operários conhecem somente sonhos autoritários e sonhos sobrenaturais. Ele nem desconfia que é parte de uma classe que pode conferir uma nova direção para o mundo... Sim, uma direção política transformadora, na qual os trabalhadores não precisam de super-heróis...
As narrativas dominantes, condicionadas pelos interesses do capital(este é o grande personagem que está por trás de todas as histórias mentirosas), trazem sempre um grande líder, o chamado vencedor. Porém, acreditamos nos vencidos! O que nós propomos é a produção de textos e imagens em que os trabalhadores não decoram os cenários mas são o centro da ação. Estes produtos artísticos apresentam uma evidência que é preciso mostrar ao povo:
AS MASSAS SÃO AS PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA.
domingo, 10 de junho de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 112
Um poeta revoltado de classe média... Ele odeia cada milimetro de felicidade burguesa fabricada pela cultura dominante. Sua aspiração não corresponde à educação burguesa que recebeu. Ele sabe que as coisas não vão nada bem. Ele não reconhece possibilidades históricas de superação do capitalismo. Entretanto, ele " odeia ". Mesmo sem questionar as relações de produção capitalistas, ele detesta como poucos o sonho burguês da aparência e da acumulação.
Um poeta operário... Ele também odeia cada milímetro da felicidade burguesa fabricada pela cultura dominante. Seu ódio é contra a classe detentora dos meios de produção. Sua poesia coloca-se como arma ideológica destinada a outros trabalhadores. Sua poesia contempla ideias políticas revolucionárias: ele acredita que através da arte é possível agir dentro da luta de classes.
O QUE AMBOS OS POETAS POSSUEM EM COMUM?
Embora distintos em seus projetos poéticos, estamos falando de 2 poetas de combate. Dentro da militância cultural ambos colaboram para interromper o sucesso capitalista. Cada um, a sua maneira,expressa outra possibilidade histórica: é a possibilidade da libertação, da emancipação. Estes poetas são aliados históricos.
Um poeta operário... Ele também odeia cada milímetro da felicidade burguesa fabricada pela cultura dominante. Seu ódio é contra a classe detentora dos meios de produção. Sua poesia coloca-se como arma ideológica destinada a outros trabalhadores. Sua poesia contempla ideias políticas revolucionárias: ele acredita que através da arte é possível agir dentro da luta de classes.
O QUE AMBOS OS POETAS POSSUEM EM COMUM?
Embora distintos em seus projetos poéticos, estamos falando de 2 poetas de combate. Dentro da militância cultural ambos colaboram para interromper o sucesso capitalista. Cada um, a sua maneira,expressa outra possibilidade histórica: é a possibilidade da libertação, da emancipação. Estes poetas são aliados históricos.
domingo, 3 de junho de 2018
Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 111
Apresentamos O Relâmpago da história, uma criação coletiva.
" O vento cortava em dois cada metro das calçadas da grande cidade, multiplicando em dez vezes a dor e o frio nos corpos feitos de peles e ossos. Uma gente esfarrapada olhava para o céu em busca de anjos, planetas, estrelas e pássaros que poderiam matar a fome eterna.
As nuvens mal humoradas se dissipavam deixando o céu limpo. Nenhum sinal de chuva, mas ainda assim um relâmpago se manifestava em diferentes pontos da imensidão azul. Um jovem operário percebia que não era um relâmpago qualquer. Não? Não! Era um relâmpago barrigudo. O relâmpago estava gravido! Mas gravido de que?
Aquele mesmo jovem operário subiu no banco de uma praça: ele via imagens na barriga do relâmpago! Quando lampejava as imagens traziam gente, mas muita gente mesmo, lutando. Era claro, mesmo que pelo rápido instante do relâmpago, que as imagens traziam os povos de todos os tempos lutando contra as classes dominantes. O mesmo operário deixou o banco e decidiu subir numa alta árvore para olhar mais de perto: ele queria ver com maior precisão o conteúdo das imagens que o relâmpago trazia na barriga elétrica. O rapaz percebe que um sujeito lá embaixo gritava por ele: era um cara de paleto roto e uma garrafa de cachaça nas mãos. Era um bêbado instruído que gritava: - Walter Benjamin estava certo! ".
" O vento cortava em dois cada metro das calçadas da grande cidade, multiplicando em dez vezes a dor e o frio nos corpos feitos de peles e ossos. Uma gente esfarrapada olhava para o céu em busca de anjos, planetas, estrelas e pássaros que poderiam matar a fome eterna.
As nuvens mal humoradas se dissipavam deixando o céu limpo. Nenhum sinal de chuva, mas ainda assim um relâmpago se manifestava em diferentes pontos da imensidão azul. Um jovem operário percebia que não era um relâmpago qualquer. Não? Não! Era um relâmpago barrigudo. O relâmpago estava gravido! Mas gravido de que?
Aquele mesmo jovem operário subiu no banco de uma praça: ele via imagens na barriga do relâmpago! Quando lampejava as imagens traziam gente, mas muita gente mesmo, lutando. Era claro, mesmo que pelo rápido instante do relâmpago, que as imagens traziam os povos de todos os tempos lutando contra as classes dominantes. O mesmo operário deixou o banco e decidiu subir numa alta árvore para olhar mais de perto: ele queria ver com maior precisão o conteúdo das imagens que o relâmpago trazia na barriga elétrica. O rapaz percebe que um sujeito lá embaixo gritava por ele: era um cara de paleto roto e uma garrafa de cachaça nas mãos. Era um bêbado instruído que gritava: - Walter Benjamin estava certo! ".
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