quinta-feira, 26 de abril de 2012
CANTO DE GUERRA PARISIENSE
A primavera é evidente
Pois no coração das propriedades verdes
O Voo de Thiers e de Picard
Deixa seus esplendores bem em frente!
Ó Maio! Que delirantes anjinhos!
Sévres, Meudon, Bagneux, Asniéres
Ouçam os bem vindos contra París
Semear coisas primaveris!
Ele tem quepe, espada e tambor
Não a velha caixa de velas
As suas canoas sem temor
Cruzam o lago de águas vermelhas!
Mais do que nunca somos devassos
Quando caem em nossos lares
As bombas, amarelos aços
Nas madrugadas particulares!
Thiers e Picard são amores
Que colhem girassóis
Com petróleo pintam Corots
Suas tropas zumbem nos paióis...
São amigos do grande truque
E deitado nas flores, Favre
Corta cebolas para chorar
Cheira pimenta e mostra o muque!
A grande cidade tem rua quente
Apesar das duchas de petróleo
E realmente precisaremos
Sacudir o vosso espólio...
E os Rurais descansando
Agachados ou de quatro
Ainda ouvirão galhos quebrando
Nos vermelhos combates!
Arthur Rimbaud, 1871.
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