terça-feira, 6 de outubro de 2015

A experiência estética segundo o marxismo:

Infelizes são aqueles que sem nunca terem lido uma linha da obra de Karl Marx, julgam que suas reflexões estéticas são a redução da arte ao imperativo político panfletário. Embora o marxismo tenha em alta conta o valor político revolucionário da criação artística, seus parecer estético insere-se numa reflexão materialista, dialética e histórica da arte. Não se trata daquela deturpação mecanicista feita pelos stalinistas: a arte não seria um reflexo passivo sujeito à propaganda.
 A necessidade de expressão e de afirmação humana se faz através da arte. A dimensão estética é uma das relações fundamentais entre o homem e o mundo. A criação artística é o resultado de uma relação dialética entre homem e objeto: o objeto artístico, portanto humanizado, existe para o homem que o cria a partir do desenvolvimento  histórico dos seus sentidos. Portanto a grave questão é: perante a divisão social do trabalho verificada na História da humanidade, qual seria o valor que os trabalhadores explorados atribuem à arte? Podem estes trabalhadores contemplarem e entregarem-se à criação? É pois na reflexão sobre as transformações históricas dos sentidos humanos, que o marxismo centra suas atenções: quem tem acesso de fato  ao legado da História da arte? O que é uma obra de arte para um faminto? Tais questionamentos fazem com que o marxismo entenda a necessidade da arte em situações históricas concretas.



                                                                                        Geraldo Vermelhão

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