sexta-feira, 16 de outubro de 2015
A obra de Frida é coisa séria:
A megaexposição Frida Kahlo- Conexões entre mulheres surrealistas no México, no Instituto Tomie Ohtake é mais do que uma oportunidade: é o momento para o público brasileiro beber com os olhos uma demonstração considerável da radicalidade estética do modernismo mexicano. Mas será que parte deste público sabe realmente do que se trata a arte de Frida? A pintora mexicana tornou-se de uns anos pra cá uma espécie de ícone para gente que se considera moderninha, prafrentex, etc. Um público que não conhece( e no fundo não se interessa totalmente) por pintura, parece encontrar em Frida mais uma imagem pop. Que tristeza... Isto não condiz com a arte extraordinária e perturbadora da artista.
Frida Kahlo pode ter o seu rosto em camisetas, em bolsas e até nos atrevidos olhares ensaiados de muitos jovens. Não existe nenhum problema nisto na verdade. Mas a questão é que a pintura de Frida exige uma aguda reflexão sobre a maneira como o universo interior da pintora(varado de dores insuportáveis e de imagens oníricas, maravilhosas) torna-se arte. Foram as lições de liberdade encontradas na imaginação de Frida que fascinou Breton. Foi sua atitude rebelde e libertária, que deixou Rivera e Trotski caídos de paixão. Portanto, Frida Kahlo deve chegar às massas mas não ser massificada.
Marta Dinamite
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