quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

As massas e as obras de arte:

As sofisticadas formas de alienação levam alguns críticos a se precipitarem: as massas não estariam mentalmente " prontas " para recepcionar as " verdadeiras " obras de arte. Esta é uma velha questão, que pelo fator da generalização faz um diagnóstico cultural que revela um posicionamento elitista. Em primeiro lugar é preciso observar que do ponto de vista histórico nunca a circulação das informações culturais foi tão intensa: imagens, sons e palavras tomam os nossos sentidos através de diferentes tecnologias. A internet, apesar de sustentar em 90% interesses capitalistas, deu um chega pra lá no velho museu empoeirado. Tal circulação seria um fator determinante para a apreensão e reflexão de experiências artísticas?
 O fator ideológico, e portanto o caráter educacional, pesa enormemente sobre os hábitos culturais das massas no Brasil. Ao mesmo tempo, a postura isolada daqueles que consomem e analisam obras de arte que fogem dos esquemas de massificação, é a outra face da cultura da alienação. O pulo do gato para superarmos esta questão passa por um projeto político no qual a formação cultural dos trabalhadores realiza-se mediante as novas formas de circulação das obras de arte. Como bem observou Walter Benjamin durante os anos 30, a questão é perceber que nas formas de distração das massas está a base para compreendermos as tarefas históricas da percepção.


                                                                                           Lenito

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