terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A necessidade revolucionária da Estética:


 Contrariando o que esquerdistas e sectários em geral sempre sugeriram, a dimensão estética não é parte de um reino reacionário. Se historicamente a categoria da Estética, elaborada em meio às convulsões políticas e sociais do século XVIII europeu, foi expressão cultural da ascensão revolucionária da burguesia, não podemos perder de vista que ela também é vital para a classe trabalhadora. Muito mais do uma "ciência sensual " empenhada no estudo da arte, a Estética enquanto categoria filosófica entra em conflito com a organização social do trabalho.
 É fato que a Estética é um conceito contraditório, sendo que ela converteu-se em parte essencial da hegemonia burguesa, fortalecendo as qualidades sensíveis da mercadoria e por consequência legitimando a sociedade da alienação. Porém, o que a Estética também revela é que o conjunto das experiências sensíveis do ser humano desafia o princípio de realidade estabelecido: a criação de uma cultura sensual, no dizer de Marcuse, envolve a contribuição revolucionária da Estética. A criação e o jogo desinteressado de nossas potencialidades  enquanto aspectos presentes na ação/reflexão estética, chocam-se com o trabalho alienado e com toda organização política que visa administrar os desejos de homens e mulheres. A Estética é parte essencial do processo político revolucionário de libertação.


                                                                                            Os Independentes

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