terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Crítica, invenção e os limites do rockstar:


 As " excentricidades " das estrelas do rock não deixam de ser um reflexo luxuoso da sociedade alienada. Porém, em alguns momentos históricos rockeiros poderiam ter optado por um caminho comportado, convencional, não colocando azeitona na empada dos movimentos sociais de contestação. O rock, sobretudo nos anos sessenta, trazia na sua ambiguidade com a indústria cultural elementos politicamente progressistas. Pensemos por exemplo nos Beatles: se hoje em dia um CD ou DVD do quarteto de Liverpool é o presente de natal capaz de agradar gregos e troianos, devemos insistir que suas ligações históricas com a contracultura colocam a banda como símbolo de uma era de ruptura.
 Por volta de 1965/66 os Beatles poderiam ter seguido num rumo conformista: enquanto fenômeno pop digno de Elvis Presley e Frank Sinatra, os Beatles poderiam(como já enfatizei neste blog em outras ocasiões) ter entrado na onda de gravar discos com o som " mais do mesmo " e fazer filmes vagabundos. Porém, o fab four optou pelo experimentalismo musical, pela pesquisa estética e pela aproximação com os movimentos sociais marcados pela rebeldia. A prova disso é que John Lennon passou a ser durante a segunda metade dos anos sessenta uma figura cada vez mais incômoda para o status quo. Mas até onde a rebeldia de uma banda de rock pode ir? Os limites políticos são claros: compactuando com esquemas comerciais, bandas de rock não ultrapassam o plano da crítica. Mas apesar disso, estes artistas cumprem um papel fundamental na contestação dos valores burgueses. É no mínimo uma contradição interessante/rica que atualmente está quase desaparecendo.


                                                                                                   Tupinik

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