Um rolo compressor ameaça esmagar a classe trabalhadora brasileira. Aquilo que o governo(representante direto da burguesia) chama de " modernização das relações de trabalho ", não passa de uma canga que os patrões desejam colocar nas costas do trabalhador. Os direitos conquistados historicamente com muitas lutas, estão claramente ameaçados. Mas nós trabalhadores, sabemos muito bem que não somos gado. A greve geral ocorrida da última sexta feira, foi uma resposta importante. Se faz necessário agora outras mobilizações em que a voz dos trabalhadores seja ouvida de norte a sul no país. Mas o que tudo isso tem a ver com arte?
Se os trabalhadores estão com seus direitos ameaçados, a única saída política é a mobilização, é a luta política. Tais caminhos históricos estão intimamente ligados ao nível de consciência que os trabalhadores podem e devem adquirir. Como sempre defendemos aqui, a tomada de consciência depende não apenas da informação em si: não basta relatar objetivamente os acontecimentos. O problema é como esta mesma informação é comunicada. O jornalismo operário e o carro de som cumprem um papel político inestimável, mas são instrumentos que apenas em parte constroem a mensagem política. Tomar consciência também envolve uma ação sensível sobre seres humanos concretos; daí a necessidade da arte nas lutas da classe trabalhadora.
A questão estética não é neste caso um mero complemento, mas uma dimensão necessária para que o proletariado reconheça/compreenda pelos seus nervos, pela sua emoção(que nunca pode estar divorciada da sua racionalidade) a opressão realizada pela classe dominante. As manifestações artísticas de esquerda precisam ocupar um espaço cultural importante na vida dos trabalhadores. Uma obra literária, por exemplo, deve disputar ideologicamente com o texto religioso fundamentalista que narcotiza o leitor operário no ônibus ou no metrô . Um vídeo combativo deve ser capaz de interessar os operários tanto quanto uma partida de futebol. Seriam estas tarefas fáceis?
Do ponto de vista da correlação de forças, os militantes da cultura não estão em condições favoráveis. Entretanto, é no movimento contraditório que rege a realidade, que tanto o protesto político quanto a arte combativa adquirem força histórica.
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