sexta-feira, 19 de junho de 2015

Qual é a do futurismo?


 Já se passaram mais de cem anos desde que o movimento futurista apresentou seu programa estético destruidor. Se as ideias de Marinetti fizeram um barulho dos diabos no século passado, como avaliar suas heranças hoje? Esta é uma resposta muito ampla: a noção de novidade contra a tradição é algo que se perdeu numa sociedade em que a tecnologia está submetida aos imperativos do planejamento superado.  A sensibilidade futurista e sua ingênua crença no maquinismo enquanto meio de emancipação humana, ficou lá no século XX. Porém, sua revolta elétrica contra o status quo nos obriga a situar suas heranças no delicado âmbito das ideologias políticas.
 Apesar de uma certa origem anarquista(escritores futuristas não escondiam em sua juventude o fascínio por Bakunin) a italianada futurista atolou o pé no totalitarismo de Mussolini. Mas nem todas as tendências do futurismo compactuaram com  fascismo: Maiakóvski e Oswald de Andrade que o digam! Hoje em dia, as liberdades formais encontradas na poesia futurista, devem ser aproveitadas na criação de uma arte violenta que visa agitar o coração dos trabalhadores na direção do socialismo.


                                                                                           Geraldo Vermelhão

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