quarta-feira, 27 de maio de 2015
Ambiguidade da Pop art:
Mas afinal de contas, qual é que foi a da Pop art? Em suas raízes inglesas e na sua projeção norte americana, a Pop parecia trazer o aspecto da parodia, da irreverência e da desconstrução daquilo que podemos classificar como sendo obra de arte. A sacada até que era boa: numa sociedade dominada pela linguagem publicitária, em que tudo e todos torna-se mercadorias, a obra de arte não está livre de ser, a exemplo do sabão em pó ou de uma garrafa de refrigerante, mais um item na prateleira.
Mas até que ponto esta crítica não deixa de ser pueril e acaba reforçando o processo de coisificação total da cultura? Passados quinze minutos, o que pode existir de relevante na estética Pop? Se a ambiguidade é um dado na Pop art inglesa e norte americana, não podemos deixar de observar que em países como o Brasil ela foi, durante os anos sessenta eme especial, uma arma política para desafiar regimes políticos ditatoriais e também expor as contradições da sociedade de massas. Resta saber agora, se a herança Pop pode apresentar hoje alguma contribuição artística progressista.
Geraldo Vermelhão
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