segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Mário de Sá e a rebelião futurista:


 O poeta português Mário de Sá Carneiro foi um autor da radicalidade. Junto a Fernando Pessoa, Mário de Sá eletrizou as letras portuguesas e tirou a poeira da literatura. Seu suicídio aos 26 anos revela um poeta que era tão vivo que não suportava uma cultura morta, embalsamada: seus fantasmas pessoais traduzidos em linguagem literária assombram a sociedade burguesa. Uma ótima oportunidade para se conhecer a obra do autor encontra-se na recém lançada antologia organizada por Cleonice Berardinelli (o livro saiu pela Edições de Janeiro).
 Ainda que do ponto de vista político a primeira geração do modernismo português não possa ser considerada revolucionária, sua postura estética embebida de escândalo e irreverência fez o vinho do Porto ferver. Enquanto expoente da geração Orpheu, Mário de Sá aliava o decadentismo com a estética futurista. Numa sociedade esclerosada a revolta futurista era um perturbador ingrediente social. No caso de Mário de Sá a explosiva criatividade gráfica dos seus versos fala por si.


                                                                                       Marta Dinamite

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