segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Um ator combativo:
Na hora de estabelecermos uma revisão crítica do teatro revolucionário brasileiro, o ator Renato Borghi precisa receber um destaque especial. Não é paparico, coisa que não faz sentido em um periódico de esquerda, mas uma constatação objetiva: a vocação contestadora de Borghi no teatro brasileiro dos anos sessenta e setenta, o coloca como um agente modernizador do palco brasileiro. Ao lado de Zé Celso, Renato Borghi deu vida ao ideário cênico e antropofágico de Oswald de Andrade, contribuindo para o processo de radicalização estética da arte brasileira na conjuntura de 1968.
É importante frisar que diante das 2 grandes tendências que se formam no interior do Teatro Oficina na transição dos anos sessenta para os anos setenta, ou seja a divisão entre " representativos " e o coro da " marginália ", Borghi opta pelos primeiros mediante a necessidade de definir a sua identidade teatral na luta contra a sociedade burguesa. Ele rompe com o grupo mas segue na trilha do teatro político: ao longo da década de setenta, o significado de resistência política do teatro somou-se com a energia e a criatividade de Renato Borghi. Este ator está entre os grandes guerrilheiros dos nossos palcos.
Geraldo Vermelhão
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