sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Soy Cuba e o cinema revolucionário:
Na ânsia de problematizarmos o cinema político, exibiremos neste próximo sábado(dia 22/08), no MIS(Museu da Imagem e do Som) da cidade de Campinas, na sessão das 16 h, um clássico do século XX: o longa Soy Cuba(1964), do diretor soviético Mikhai Kalatozov. Esta coprodução entre Cuba e União Soviética desperta intensos debates de ordem estética e política. Num momento em que o imperialismo norte americano passa a devorar a ilha pelas beiradas, é necessário que a esquerda como um todo, faça um debate sobre as experiências culturais de Cuba.
O filme envolve 4 histórias independentes que traçam um retrato de Cuba entre a derrubada do ditador Fugêncio Batista e a Revolução de 1959. O campesinato explorado e oprimido pelo governo de Batista, a jovem que se prostitui para sobreviver, o vendedor de frutas e os estudantes comunistas reprimidos pela polícia. são situações que no plano ficcional saltam aos nossos olhos: através de uma fotografia impressionante, tais situações são percebidas enquanto problemas reais. Entretanto, na época do lançamento do filme não ocorreram maiores entusiasmos em Havana e Moscou. Os cubanos em especial possuíam um interesse maior pelo Cinema Novo brasileiro do que pelas limitações acadêmicas da lente do cinema soviético daquele momento.
Visto que a liberdade dos artistas foi efetivamente problemática no governo de Fidel Castro, a questão é que não podemos negligenciar o legado cultural revolucionário cubano(apesar de suas contradições/deficiências). Esta memória cinematográfica dos tempos da guerra fria, merece ser revista, examinada e avaliada em sua proposta política e em suas especificidades estéticas.
Lenito
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