Tirando as guerrilheiras experiências do teatro de rua, a arte teatral no Brasil é um privilégio da classe média alta e da burguesia. O ponto de vista socialista leva em conta necessariamente a necessidade de um teatro para as massas: um contexto privilegiado para educar o proletariado, tal como pregava Oswald de Andrade. É preciso levar em conta que esta luta na direção de um teatro para as massas não seja apenas uma questão de amplitude de público, mas de busca por uma concepção revolucionária da estética teatral.
O problema não está apenas no acesso ao espetáculo teatral. Na antiguidade grega o teatro era visto por um grande contingente de pessoas. Tratava-se no entanto de uma sociedade escravista. As peças de Shakespeare no início da Idade Moderna, eram populares, mas o povo estava submetido à monarquia absolutista. Estes exemplos históricos servem para constatar o seguinte: um teatro para as massas é necessariamente um teatro de agitação revolucionária; um teatro voltado para a construção da sociedade socialista do futuro. Maiakóvski, Meyerhold, Piscator, Brecht e Oswald são os precursores deste teatro revolucionário que precisa ser pensando e almejado hoje!
José Ferroso
Nenhum comentário:
Postar um comentário