É função da poesia não aceitar as formas de barbárie. Num mundo em que a beleza está impedida de existir, o poeta realiza a operação mágica que reivindica outra realidade: a revolução é o destino político natural da poesia. De acordo com esta premissa, é sempre oportuno lembrarmo-nos de poetas corajosos que mesmo quando o ambiente político torna-se hostil, fazem questão de impor a armadura dos seus versos na defesa da libertação do homem.
A imagem de Lorca sendo morto pelos fascistas durante a Guerra Civil Espanhola(1936-1939) é um exemplo de que a morte física não pode matar um poeta. Isto não é consolo forrado de senso comum: os versos impressos ou jogados no ar são fatos sensíveis que nenhum regime que sustenta os privilégios da burguesia, pode reprimir. A velocidade da poesia ultrapassa qualquer medida política autoritária, por uma razão muito simples: o desejo de emancipação humana, que a poesia encarna, é incontrolável.
Lúcia Gravas/Geraldo Vermelhão
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