domingo, 22 de março de 2015

Bob Dylan: 50 anos de Bringing It All Back Home

Há exatos 50 anos ocorreu uma redefinição radical da música de protesto. O álbum Bringing It All Back Home, de Bob Dylan, mostrou que o conteúdo de crítica social expresso na folk song era perfeitamente compatível com a eletricidade do rock. As 11 faixas do disco demonstram que crítica e inteligência são fatores que dão brilho e intensidade ao rock e a toda e qualquer forma de música popular. A poesia de Dylan estrutura-se agora em imagens inovadoras que além da gaita e do violão não dispensa a guitarra, o baixo e a bateria. Por maior que tenha sido a hostilidade que o compositor recebeu por parte de puristas, é inegável que Dylan traçava um caminho contendo os componentes essenciais da revolução estética que tomaria a música durante a segunda metade dos anos sessenta.
 É preciso evidentemente considerar que a mudança estética em Bob Dylan envolve uma estratégia que evita guetos musicais. Em seus diálogos com os Beatles, o cantor percebeu o potencial comunicativo do rock. Portando letras complexas, que tratam tanto de problemas sociais quanto de oníricas reflexões pessoais, Dylan demonstra naquele momento de sua carreira um amadurecimento que vai de encontro com o rock. Curiosamente, o contrário também se deu: se Dylan decide pegar em guitarras, paralelamente rockeiros percebem que era preciso dizer algo a mais. Os Beatles com o álbum  Rubber Soul(1965) e os Rolling Stones com o álbum Aftermath(1966) revelam que o amadurecimento das letras de rock foi uma influência direta de Bob Dylan.    Bringing It All Back Home não envelheceu em nada. Canções como Mr. Tambourine Man e Subterranean Homesick Blues são pérolas musicais que não perderam a sua força expressiva.


                                                                                                      Tupinik

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