O rock deixou de ser um simples fenômeno fonográfico(como fora no século passado), para tornar-se uma espécie de experiência musical entre diferentes gerações. Enquanto que clássicos do rock são embalados em luxuosas mercadorias, nota-se uma proliferação de bandas dos mais variados estilos e tendências(algumas excelentes, outras repetitivas e uma parte fabricada) e um esvaziamento do caráter político contestador. Diante da ameaça nefasta do chamado rock neoconservador, nunca é demais insistir (como tenho feito aqui), nas qualidades transgressoras que os rockeiros fixaram na História.
É muito bom ,sob o ponto de vista musical, observar garotas e garotos que reconhecem o valor artístico e a importância histórica de bandas como os Beatles. Entretanto, a consagração de uma banda de rock não pode jamais apagar o significado histórico que ela possui no contexto em que ela surgiu: canções podem ser reproduzidas a rodo nos mais variados suportes digitais, mas será que o ouvinte tem o alcance da dimensão transgressora que estas exerceram em sua época? Se o rock atravessa gerações, não podemos perder de vista que o seu significado é inseparável de um questionamento profundo sobre a cultura estabelecida. A identificação com a postura rebelde do rock é expressão de um sentimento de libertação: chocar-se com a sociedade burguesa é um dado inerente a este processo político e artístico.
Tupinik
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