quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O artista militante trabalha contra o capital:

A quem serve os gênios? Tratando-se propriamente de artistas, esta expressão não consegue na maioria das vezes esconder suas relações de conivência com a classe dominante. A genialidade do artista no capitalismo é medida em função da criação de valores financeiros, e não de imagens que desafiam a realidade em nome de uma reconciliação libertadora do homem com ele mesmo. Portanto companheiros, vamos abandonar a figura do artista genial e assumirmos de vez a necessidade histórica do artista militante.
  A militância em arte requer a desmistificação do próprio conceito de arte: não se trata de um deleite especializado, nem tão pouco de um detalhe simbólico da superestrutura. Arte é trabalho realizado em condições concretas de produção, cuja natureza particular reside em fazer mobilizar/emancipar os sentidos humanos massacrados pela ideologia capitalista. Não é possível falar á consciência tão unicamente pela linguagem usual da política: o socorro da arte envolve uma maneira de intervir nas relações de poder pela experiência sensível; a Estética tão utilizada pelo liberalismo e pelo fascismo para fins de manipulação ideológica, é uma esfera que para os militantes socialistas deve ser usada para denunciar a desumanização do capital e permitir que a História cumpra a sua marcha para liquidar a sociedade de classes. .
  O trabalho da arte militante consiste em ações cotidianas, que empenhadas na elaboração de uma linguagem revolucionária converte-se numa força de oposição cultural. Consequentemente o artista militante não está interessado em sucesso individual; ele se nega a fazer da sua atividade a extensão de um ego frágil, vulnerável aos elogios e carente de aceitação dentro da cultura estabelecida. A arte militante recusa a cultura atual porque sabe que esta é produzida á luz dos interesses políticos da burguesia. Cabe ao artista militante expor o conteúdo de classe da cultura. Cabe a ele ainda renovar constantemente as estratégias sensíveis para intervir na luta de classes, pois sua atividade(geralmente paralela ao trabalho assalariado pela sobrevivência) não é um hobby mas um gesto de resistência.


                                             Lúcia Gravas

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