O escritor francês Louis Aragon não é apenas um dos autores mais importantes da literatura francesa, mas um autor que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento dos modos de expressão do surrealismo. Aragon tornou-se uma figura tabu dentro da esquerda revolucionária. Não é pra menos: sua ruptura abrupta com o movimento surrealista, no início dos anos trinta, e sua adesão às orientações culturais da Terceira Internacional., comprometeram sua imagem dentro dos círculos artísticos mais avançados. Porém, não ler o Aragon da fase surrealista, significa desconsiderar um dos pilares intelectuais do movimento.
O efeito vertiginoso de uma obra como
" O Camponês de Paris "(1926) atravessa décadas. Este é sem dúvida o ponto máximo da escrita de Aragon , que fez da cidade um labirinto de sombras e delírios por onde se escondem abismos. Uma obra que bateu fundo em gente como André Breton e Walter Benjamin merece hoje ser lida e debatida em toda sua substância revolucionária. Quem quiser entender o poder de emancipação da linguagem e a capacidade da escrita converter-se em um ingrediente transformador da subjetividade, precisa ler Aragon.
Os Independentes
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