A luta política contra o capital não baseia-se apenas no problema econômico. Se esta luta nasce a partir das desigualdades sociais, ou seja da organização da produção material, as condições mentais para a libertação não se restringem às reivindicações salariais feitas pela classe trabalhadora. Os conflitos do mundo do trabalho também exigem o desenvolvimento de uma sensibilidade estética compatível com o horizonte político revolucionário.
Nos conflitos entre capital e trabalho, a estética é uma dimensão indispensável para que se crie uma linguagem e um olhar sintonizados com a luta pela emancipação social. A arte não é um enfeite ou um momento de deleite, mas uma necessidade sensual: na relação dialética entre objetos e sentidos humanos, descobre-se que criar é fundamental; ou seja, valores anticapitalistas são criados a partir de novos objetos artísticos: estes desafiam a reificação do homem e apontam, na sua estrutura interna, para uma outra lógica(a lógica da libertação, da criatividade enquanto pressuposto para o desenvolvimento de uma cultura socialista).
Marta Dinamite
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