O polêmico artista italiano Piero Manzoni ganha, entre os dias 7/04 e 21/06, uma retrospectiva no MAM de São Paulo. Apesar de sua presença meteórica(o artista faleceu em 1963 aos 29 anos) as ideias de Manzoni ainda são um tanto perturbadoras para as leis que levam a uma mercantilização absoluta da arte. Enlatar as próprias fezes e expor telas em branco, envolvem intervenções que certamente confundem não apenas o gosto burguês mas a funcionalidade comercial da obra de arte. Mas será que a revolta de Piero Manzoni ainda ameaça o establishment? O fato das revoltas artísticas serem absorvidas, até mesmo quando a ironia radical de vender merda numa latinha torna-se uma atividade lucrativa para o capital, não diminui o efeito contestador das obras de Manzoni.
A contribuição crítica de um artista como Piero Manzoni não está certamente na obra em si, mas na ideia que ela desperta. Sim, a ideia também é triturada pelo apetite capitalista, mas irreverência e ousadia são qualidades que dentro da arte contemporânea, proporcionam estranhamento e portanto uma ação participativa sobre a sensibilidade. O fato é que Manzoni ainda gera polêmica.
Geraldo Vermelhão
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