Billie Holiday, uma das maiores cantoras do século XX, estaria completando cem anos de idade. Ela simplesmente redefiniu a figura da cantora na música popular: seu canto carrega não apenas dores individuais mas a dor dos explorados, dos ofendidos, dos marginalizados. A cantora norte americana deixou entre as décadas de quarenta e cinquenta um legado musical denso, visceral e ao mesmo tempo dolorido.
Sua descida aos infernos do álcool e das drogas acarretou em profundos sofrimentos pessoais. Do ponto de vista documental, seus discos são a conversão do sofrimento em obras de arte. Ao revolucionar a maneira de cantar e logo de expressar as contradições da cultura norte americana contemporânea, Billie Holiday brilha não como uma mercadoria vazia da indústria cultural, mas como uma artista autêntica que dilacera ouvidos e mentes com seu canto extraordinário.
Lúcia Gravas
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