segunda-feira, 13 de abril de 2015

O Living Theatre ainda vive:

A morte da atriz e diretora Judith Malina na última sexta feira, é um triste acontecimento que nos faz pensar não apenas no teatro mas nas capacidades libertárias da arte. O Living Theatre é inquestionavelmente um celeiro anárquico que produziu as manifestações cênicas mais avançadas do teatro norte americano. Malina, e o seu companheiro Julian Beck, nos legam uma concepção de teatro político em que estética e vida, artista e público, fundem-se numa realidade revolucionária: todo autoritarismo, todos os tabus e todas as formas de castração do cercado pós-moderno de ovelhas, são postos abaixo pela força transformadora que o teatro vivo(e não embalsamado nas casas comerciais) possui. Com o Living é possível compreender que estamos sempre atuando, interpretando um papel(ainda que muitos desconheçam as razões políticas opressivas dos papeis impostos). O teatro está dentro da vida, misturado com o cotidiano, e pode rolar aqui, agora e em qualquer lugar aonde o corpo se faça enquanto presença transformadora.
 O Living Theatre e todo lastro contracultural que ele carrega, não desapareceram enquanto necessidade política. Apesar de estarmos tristes com a partida de Judith Malina, estamos otimistas pelo fato de todas as aspirações libertárias dos jovens ainda encontrarem seu espelho rebelde no Living. Valeu Malina!


                                                                                             Os Independentes 
  

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