terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A busca por um teatro socialista:

Para atingirmos um método de representação teatral que exprima o objetivo histórico do socialismo, devemos esmiuçar tanto as experiências teatrais ocorridas no extinto bloco socialista quanto refletirmos sobre os avanços estéticos e políticos do teatro revolucionário ocidental. O primeiro caso é no mínimo difícil, sobretudo pela escassez de informações históricas que são ainda hoje negligenciadas pela opinião pública internacional conduzida pelos capitalistas. Para o segundo caso, deparamo-nos com outro problema: o esvaziamento político das conquistas cênicas contemporâneas e a crescente predominação de tendências estéticas conservadoras.
 Afirmar que toda a produção teatral e artística em geral dos países que atravessaram revoluções socialistas, limita-se ao realismo socialismo, é uma generalização grosseira. Tanto na ex União Soviética quanto no leste europeu, na China, em Cuba e outras regiões, existe uma rica produção que por maiores que sejam as suas contradições ideológicas e formais, são negações da arte massificada e alienante verificada no mundo capitalista. Ao mesmo tempo em que nos esforçamos nesta pesquisa histórica, que encontra vários obstáculos documentais, observamos hoje que autores como Brecht e Piscator(e no caso brasileiro em particular autores como Vianinha e Augusto Boal), são combatidos por tendências irracionalistas/pós modernas que nada acrescentam para o espectador que precisa compreender a realidade social. A coisa toda agrava-se ainda mais com o fortalecimento do teatro comercial, o qual retira o campo de reflexão política proporcionado pelo teatro. 
 Estejamos atentos e preparados para lutarmos por um teatro socialista hoje.

  
                                                                                          José Ferroso   

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