Estando a história do romance inserida na própria História, a primeira inevitavelmente posiciona-se diretamente ou indiretamente sobre os conflitos de classe. Partido da afirmação certeira de Marx, para quem a a luta de classes é o motor da História, a literatura exprime de um jeito ou de outro uma opção de classe. Naturalmente que a posição em prol dos trabalhadores, requer sensibilidade para conseguir traduzir no plano do texto o universo cultural e os problemas econômicos decorrentes de uma determinada organização social. Esquece-se frequentemente que a literatura brasileira possui um amplo legado de contestação política.
A literatura é no Brasil de hoje uma área que recebe pouca atenção, seja no ensino ou na imprensa. Se é verdade que existem bons professores/pesquisadores que atuam nas mais diferentes redes de ensino e se também é fato que existem alguns periódicos que procuram valorizar a produção literária, não se pode negar que na sociedade funcional a literatura é desprezada. Existem razões políticas para isso: vários dos principais romancistas e poetas da literatura moderna e contemporânea brasileira foram escritores de esquerda. Tá na cara que a literatura brasileira não pode salvar-se sozinha diante de uma cultura que a despreza. Portanto, a saída para o escritor brasileiro, a exemplo da classe trabalhadora, é engajar-se na causa do comunismo. Mais uma vez o trabalhador brasileiro deve ser o protagonista da ação, seja no romance ou na própria luta política.
José Ferroso
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