Como vem sendo destacado pela grande imprensa, boa parte das obras da trigésima primeira Bienal de São Paulo(que termina no próximo dia 7/12), serão lembradas pelo seu caráter de contestação política. Destaque especial é dado aos trabalhos da dupla de artistas formada pelo britânico John Barker e pela austríaca Ines Doujak. Ambos mostram em suas obras que a dimensão subversiva da arte contemporânea não se separa da própria radicalidade política. Sob diversos suportes a imagem para esta dupla de artistas torna-se nitroglicerina: o assunto político envolvendo líderes e acontecimentos polêmicos da era contemporânea, recebe um tratamento estético direto, frontal, sem meias palavras. Trata-se de um ultimato dado ao relativismo oco que rasteja de modo reacionário sob o pensamento estético pós-moderno. São as relações bombásticas entre arte e política que explodem no rosto do espectador através de obras como Haute Couture 04 Transport e Velvet 1954.
A dupla Doujak e Barker é presença definitiva na trincheira artística dos dias que correm. O fato de seus trabalhos serem debatidos no Brasil da atualidade, é da maior importância: diante de um cenário político reacionário, em que neoconservadores dizem para os militantes de esquerda " irem para Cuba "(rs) , esta concepção de arte torna-se um foco de resistência. A própria biografia de Barker, que participou da luta armada na Inglaterra no início dos anos setenta com o grupo Angry Brigade, e hoje é um dos artistas politicamente mais contestadores, desafia os reacionários de plantão. Salve a arte de brigada!
Marta Dinamite
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