sábado, 6 de dezembro de 2014

Literatura proletária nos EUA:

É muito recorrente entre alguns comunistas brasileiros, especialmente entre o pessoal das antigas(formado numa concepção nacionalista de cultura) julgar toda a arte norte americana como sendo " imperialista ". É evidente que a maior potência econômica e militar do capitalismo, exporte exaustivamente imagens e discursos que expressam o seu poder político sobre os países capitalistas pobres. Porém, seria de uma grande burrice desconsiderar a contribuição revolucionária de várias das manifestações culturais norte americanas. Tratando-se especificamente da literatura, encontramos especialmente nos anos 30 uma produção engajada, de esquerda, que teve talvez no escritor Michael Gold seu exemplo mais combativo.
 Se a cultura dominante dos EUA expressa uma violenta burguesia racista, em cidades como Nova York existem exemplos históricos de crítica e oposição radical. É no bairro do Greenwich Village que gente como John Reed e Michael Gold estabeleceram importantes contribuições para o pensamento de esquerda; seja através do jornalismo político, da crítica literária, bem como da produção teatral e da criação de uma literatura proletária. Michael Gold  é um autor que deve ser lido intensamente por escritores brasileiros. Em obras como Judeus Sem Dinheiro, de 1930, Gold expõe com maestria a pobreza nos guetos. Neste romance em particular , o autor desmente o ultrajante discurso do antissemitismo ao mostrar que existem sim judeus proletários.
 Observando o caso de Gold(que inclusive foi amigo de Jorge Amado, nome exponencial na literatura de esquerda feita no Brasil), e de vários outros intelectuais norte americanos, é possível constatar que nem todos fecham com Tio Sam.


                                                                                                    Lúcia Gravas    

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