quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O futuro cultural de Cuba:

O mundo está atônito diante da reaproximação dos EUA com Cuba. O que chamam de " abertura " naturalmente significa a inserção do capital na ilha e o enfraquecimento ideológico do socialismo. Se a Revolução de 1959 expulsou o imperialismo de Cuba e arrebentou com a ditadura de Fugêncio Batista, estas conquistas históricas encontram-se ameaçadas. Mas sejamos críticos: o isolamento de Cuba é fruto de um modelo de socialismo nacionalista, e que portanto a pressão imperialista caracterizada pelo embargo econômico tende a aumentar. Do ponto de vista político e cultural a guerra de guerrilhas, trouxe resultados extraordinários: basta pensar na utopia de um cinema latino americano nos anos sessenta, gerador de uma nova cultura revolucionária. A tática foquista da guerrilha estendeu-se para o campo estético, sendo a arte um foco que resiste contra a cultura dominante. As últimas notícias prejudicam esta hipótese cultural? Definitivamente não: o que está em crise é um modelo burocrático e nacionalista de socialismo.
Devemos  assimilar as contribuições culturais e políticas da Revolução(como as lições de Che) e ao mesmo tempo compreender os seus erros: a liberdade artística e sexual por exemplo, não são inimigas mas necessidades da própria revolução socialista. A burocracia cubana errou muito do ponto de vista revolucionário. Portanto não nos abalemos diante dos últimos acontecimentos: não é a tentativa de criação de uma cultura socialista que está em crise. O que está em crise são os métodos burocráticos que impedem o próprio avanço político e cultural do proletariado rumo ao socialismo. Para sabermos mais sobre o futuro de uma cultura socialista em Cuba, estejamos atentos aos próximos dias.


                                                                                                          Lenito

Nenhum comentário:

Postar um comentário