segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A violência da arte brasileira:

Faltam três meses para a abertura de uma mostra sobre arquitetura latino americana no Moma, em Nova York. Mais uma vez, iremos nos deparar com olhar dos gringos sobre o que de mais avançado existe nas experiências estéticas brasileiras dos últimos anos: exemplo disso seriam os importantíssimos projetos da arquiteta Lina Bo Bardi, que foi celebrada internacionalmente em seu centenário durante o ano passado. Pois bem, como será que a crítica de arte norte americana e europeia entendem a nossa modernização artística? Levando em conta que esta crítica a exemplo do que também ocorre no Brasil, cerca-se de critérios mercadológicos e de um olhar que tende a menosprezar a arte latino americana diante da possibilidade desta reafirmar de modo revolucionário sua cultura, a despolitização via exotismo poderá ser um caminho. Tratando-se da arte brasileira em especial, precisamos de uma vez por todas acabar com exotismos e paternalismos não apenas para reafirmar nossa identidade cultural, mas para localizar o caráter político que reage contra a dominação econômica e política do imperialismo.
   Não nego que existam artistas e críticos avançados nos países capitalistas ricos. Porém, se somos constantemente invadidos pela cultura imperialista e isto soa como " natural ", a oposição artística é no mínimo uma exigência histórica. Como frisaram Oswald de Andrade e Glauber Rocha(provavelmente os estetas cuja contribuição revolucionária é mais do que atual) não se deve buscar nem a cópia e nem o reconhecimento do observador estrangeiro. É pela violência estética que fazemos os colonizadores de hoje compreenderem o quanto somos originais e como nossos interesses políticos são opostos. Não precisamos que ninguém diga como é e como deveria ser a nossa arte. Se existe algo que os norte americanos deveriam conhecer é a nossa energia revolucionária.


                                                                                             Geraldo Vermelhão

Nenhum comentário:

Postar um comentário