segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

As lições Situacionistas:

Definitivamente a sociedade do espetáculo, cujo funcionamento e formas de dominação foram brilhantemente analisadas por Guy Debord em seu livro homônimo, não brinca em serviço: uma incansável capacidade de neutralização e esvaziamento da mensagem política subversiva, faz do capitalismo um adversário que não é mole não. Porém, é no jogo político que o próprio movimento dialético da História vislumbra, que encontramos a possibilidade de atacar simbolicamente. Neste sentido as lições situacionistas  representam táticas de contestação que ainda podem alimentar coletivos de militantes.
 A arrogância situacionista e sua maneira exagerada de menosprezar a atividade artística, precisa ser evidentemente questionada. Entre 1957 e 1968 os situacionistas esculhambavam os " velhos surrealistas " e defendiam que a época dos relatos artísticos havia acabado. A própria experiência política subversiva exigiria a supressão da arte e dos relatos poéticos para a sua " realização concreta ". Se estas afirmações não suprimiram a necessidade histórica da arte, ao menos contribuem para uma aplicação revolucionária do signo, deixando de lado contemplações vazias e as relações alienantes com a obra de arte. A própria noção de intervenção urbana, presente entre coletivos brasileiros, sobretudo após as revoltas de junho de 2013, mostra o quanto podemos aprender com os " velhos situacionistas ": apropriar-se da cultura de massa e subverter seus símbolos que exprimem o poder do capital, reinventar a experiência social no espaço alienado e realizar vídeos que combatem no plano da comunicação a mídia burguesa. Os situacionistas ainda não foram atropelados pela História.


                                                                                                  Os Independentes

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