Ainda que a origem cultural do romance não se separe do caldo burguês, este gênero possui demonstrações históricas de ser uma arma nas mãos da classe trabalhadora. O romance por assim dizer social, cujo pleno florescimento deu-se na literatura brasileira durante anos trinta(e está longe de ter chegado em seus momentos derradeiros), oferece um campo de informações que faz a ficção interferir na própria realidade histórica. Escrever um romance pode ter as mais distintas motivações. No caso do ficcionista social, tais motivações são conscientemente políticas.
A palavra escrita consegue de fato intervir na realidade social, quando o escritor estrutura uma narrativa em que os fatos sociais são apreendidos no próprio plano literário. Desta maneira a ficção faz dos personagens postos em diferentes situações, a ilustração das fraturas da sociedade de classes. O leitor não filia-se a um autor ou estilo literário, mas a uma ideia política potencializada pelo autor que desenvolve o seu estilo. Que se leia o verdadeiro romance social: aquele capaz de fazer o leitor acordar!
Lúcia Gravas
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