segunda-feira, 7 de setembro de 2015
A necessidade das inquietações estéticas:
Por incrível que pareça a caretice não é monopólio da direita. De que adianta um espetador ser de esquerda se este age da maneira mais conservadora possível diante de uma obra de arte? Qual é o sentido da obra de um artista politicamente progressista se este não é aberto para a pesquisa estética? O problema é que enquanto estas contradições não se resolvem, o espectador reacionário ganha um espaço cada vez maior: o conservadorismo político no Brasil aumenta o seu volume quando a cultura é um prolongamento de esquemas previsíveis e bem comportados.
Se quisermos contribuir com a abertura mental que pode despertar uma sensibilidade de esquerda, devemos então mostrar que as inquietações estéticas trabalham para a emancipação humana. A arte, que em si não salva de ninguém de nada, é uma força sem a qual as transformações políticas seriam incompletas. Estar contra o conservadorismo político e contra a caretice significa lutar contra o regime capitalista. Hélio Oiticica que o diga!
Marta Dinamite
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