quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Cinema latino americano é cinema político:
Intelectuais e cineastas culturalistas insistem em analisar (e estimular) o cinema dos países latino americanos unicamente pelo dado cultural. É como se os costumes, valores e práticas de um povo fossem retratados num filme como meros detalhes folclóricos. Estes intelectuais e cineastas despolitizados desconsideram as implicações econômicas que condicionam estas culturas e o cinema que as representa. Alvo do imperialismo norte americano, a América Latina não pode produzir um cinema de tipo relativista: a dor, a exploração e as heranças desumanas das ditaduras, são elementos que coexistem com as peculiaridades culturais dos povos.
Um cinema latino americano não resolve o seu problema recebendo apoio de poderosas empresas capitalistas para a produção e realização de filmes. Um cinema latino americano, político devido as suas obvias necessidades de emancipação, existe em função de um conjunto de práticas revolucionárias. É deste caldeirão rebelde que nasce e se desenvolve um pensamento cinematográfico verdadeiramente revolucionário. Aprendam, por exemplo, com Glauber Rocha.
Lenito
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