terça-feira, 1 de setembro de 2015

Romance proletário?


O romance social é uma importante estratégia literária para se discutir os problemas sociais gerados no interior do monstro capitalista. Mas um passo além no combate literário estaria na criação de um romance caracterizado não apenas pela miséria do proletariado, mas por narrativas que tornam-se expressões políticas diretas dos seus interesses. O termo romance proletário, popularizado sobretudo durante a depressão econômica dos anos trinta, seria para muitos escritores engajados a superação do mero retrato social na direção de obras que abordam claramente a luta de classes. Porém, seria esta uma estratégia historicamente correta? Haveria a possibilidade de uma arte ou uma literatura proletária? Até que ponto a tentativa de provocar o choque e informar politicamente o leitor não poderia descambar para a mera propaganda rasteira?
 Diante da atual produção literária em torno do chamado romance periférico e do romance prisional, o debate em torno de um suposto romance proletário se faz presente neste início de século XXI. É preciso que este debate se intensifique se quisermos extrair juízos literários que contribuam com a luta anticapitalista.


                                                                                         Geraldo Vermelhão

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