segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Arte e política cultural em Cuba:


 Não dá pra ficar derramando lágrimas com as vitórias do imperialismo norte americano sobre a isolada Cuba: a ilha está sofrendo com os erros da esquerda no século passado. Olhando para o presente, os capitalistas querem que saudemos enquanto povo conquistado a produção cultural norte americana. Em meio ao revoltante domínio ianque sobre os meios de comunicação de massa na América Latina, o dever dos militantes de esquerda(independentemente do nível de concordância e identificação política com a Revolução de cubana de 1959) é estabelecer uma reflexão crítica sobre o modelo cubano. Na esfera da cultura, existe uma trajetória artística e intelectual em Cuba que é praticamente desconhecida dentro da esquerda brasileira. Exprimindo as contradições políticas do próprio processo revolucionário cubano, esta produção deve ser estudada e protegida da barbárie imperialista no continente latino americano.
 A memória  da Revolução cubana de 1959, que em 1961 integrou-se ao bloco de países comandados pela então URSS, foi junto a necessidade de uma educação política revolucionária para as massas,  uma prioridade estabelecida por artistas revolucionários cubanos. Dentro dos organismos culturais como o Icaic(Instituto Cubano del Arte e Indústria Cinematográficos), a Casa de las Américas e a Unión de Escritores y Artistas de Cuba, havia um intenso debate cultural. Ligados ao Ministério da Educação, artistas e intelectuais divergiam quanto aos modelos estéticos: enquanto que alguns pregavam a independência frente ao realismo socialista, outros defendiam uma política cultural de tipo stalinista.
 A partir dos anos setenta, em meio a um  complexo cenário político internacional em que o governo cubano estreita seus laços com a União Soviética,  os stalinistas defensores do realismo socialista ganham força e a repressão come solta. Mas será que toda a produção artística cubana seria um reflexo soviético? Ora, mas é exatamente isso que a mídia capitalista quer que o público brasileiro pense.  Apesar de todos os erros políticos da Revolução cubana, tratou-se de uma Revolução e portanto com correspondentes culturais que não podem ser descartados. É preciso estudar e compreender que nem tudo na política cultural de Cuba foi realismo socialista.

                                                                                 Lenito/José Ferroso

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