Diante de Banksy, artistas e críticos que pregam a despolitização da arte, estão mais uma vez se dando mal. Após fazer a coroa tremer na cabeça da Rainha da Inglaterra, Banksy faz com que o Big Bang ainda tenha dificuldade em acertar os ponteiros com uma arte violentamente pública, altamente politizada e tremendamente perigosa para o status-quo.Quem é (ou quem são) Banksy, é uma questão aberta: trata-se do pseudônimo de um artista(e na opinião de muitos um coletivo de artistas) que fazendo uso apenas do estêncil, criou imagens provocadoras nos muros das cidades inglesas de Bristol e Londres. Suas imagens mancham com humor e violência a paisagem burguesa.
Grafiteiro, cineasta e militante político, o fato é que Banksy enquanto artista anônimo(e portanto vacinado contra as vaidades pequeno-burguesas) levanta uma polêmica que divide opiniões: haveria um limite entre arte e vandalismo? É exatamente isso que está sendo discutido no momento na cidade de Nova York: Banksy está fazendo intervenções em paredes da cidade norte americana; acusado de vandalismo o artista inglês tem que enfrentar agora os tiras americanos na sua cola. Na verdade, Banksy, formado na melhor tradição de ruptura do anarco-punk, coloca em prática o caráter transgressor da arte. Diferentemente da função decorativa que os capitalistas impõem para a arte, Banksy não dissocia criação e protesto: críticas ás autoridades são uma constância nas suas obras. Destinado ao espaço público, o grafite torna-se nas mãos de Banksy uma verdadeira arma que procura comunicar á população os problemas do mundo atual.
No caso brasileiro, fica evidente a contribuição ímpar de Banksy na estética dos protestos deste ano de 2013. Quando os termos " arte " e " vândalo " encontram-se banalizados e distorcidos, o trabalho deste artista(s) inglês nos leva a uma reflexão sobre as condições concretas de expressão na sociedade capitalista. Muitos até tentam(naturalmente...) comercializar a obra de Banksy, na tentativa de leiloar muros, por exemplo. Mas na realidade, as intenções subversivas de Banksy ultrapassam o vandalismo do mercado: a arte deve estar nas ruas, testemunhando a luta política e estimulando o debate cultural. Longa vida a Banksy!
Marta Dinamite
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