sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um brinde ao grupo Mandrágora!

Um efeito recorrente do nosso colonialismo mental, encontra-se no desconhecimento que a maioria dos escritores e artistas brasileiros possuem em relação a produção cultural latino americana. Afirmamos que um esforço maior de pesquisa deve ocorrer perante as iniciativas mais ousadas, mais transgressoras dentro do território latino americano. Sendo assim, nada mais natural do que buscarmos a presença do surrealismo na América Latina: este estado de revolta denominado surrealismo, ainda pode servir-se da arte para desafiar todos os interditos impostos pela ordem capitalista(especialmente nos países latino americanos, com sua literatura e sua arte ainda bastante jovens para ofenderem os velhos). Tratando-se dos desdobramentos originais do movimento que estourou primeiramente na França com a loucura-programática-poética-revolucionária em torno de André Breton, salta aos nossos olhos as atividades do grupo chileno Mandrágora.
  Entre os anos de 1938 e 1952 o grupo Mandrágora mandou bala contra o conservadorismo religioso, artístico e político do Chile de então. Fazendo da transgressão pela linguagem uma ética profanamente sagrada, esses surrealistas chilenos procuraram decifrar pela poesia selvagem o sonho, o amor e a morte. A obra-vida de poetas como Enrique Gómez Correa, são testemunhos da consolidação dos valores surrealistas no novo mundo. Em contanto com coletivos parisienses como o Le Grand Jeu, o grupo acabaria por declarar sua adesão ao programa do grupo em torno de Breton. 
 Sugerimos que nesta sexta feira os poetas revolucionários internacionalistas identificados com a ética do surrealismo, façam um brinde ao grupo Mandrágora: estes pioneiros que estimulam todos os latino americanos a se livrarem da opressão colonial-mental e assumir a poesia como um modo de vida.


                                                Os Independentes 
 

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